O uso da Tecnologia na Educação

terça-feira, 29 de outubro de 2013

          

          
             Para o Ministério das Comunicações com exceção do esforçado e desvalorizado trabalho da Divisão de Comunicação Social - a cultura parece não ter nada que ver com o desenvolvimento tecnológico dos meios; o que, no caso, importa é a política e economicamente adequada das permissões de transmissão. O mesmo acontece em
relação à educação: que pode ter a ver o avançadíssimo e riquíssimo mundo das telecomunicações com a nossa atrasada e paupérrima educação?
          Contrariamente aos que vêem nos meios de comunicação e na tecnologia de informação uma das causas do desastre moral e cultural do país, ou seu oposto,
uma espécie de panacéia, de solução mágica para os problemas da educação, sou dos que pensam que nada pode prejudicar mais a educação que nela introduzir modernizações tecnológicas sem antes mudar o modelo de comunicação que está por debaixo do sistema escolar.
          O modelo predominante é vertical, autoritário na relação professor-aluno e linearmente sequêncial no aprendizado. Introduzir nesse modelo meios e tecnologias modernizantes é reforçar ainda mais os obstáculos que a escola tem para se inserir na complexa e desconcertante realidade de nossa sociedade.
          Falar de comunicação significa, em primeiro lugar, reconhecer que estamos numa sociedade em que o conhecimento e a informação têm tido um papel fundamental, tanto nos processos de desenvolvimento econômico quanto nos processos de democratização política e social.
          Portanto, o ponto de partida para se pensar as relações da educação com a comunicação está aqui: na centralidade que o conhecimento e a informação têm ainda em países como o nosso, nos quais existem outras necessidades estruturais, que consideramos básicas, como as da moradia e saúde para as maiorias.
          Há uma grande diferença entre as pessoas que podem estar conectadas com a Internet, beneficiando-se de uma grande quantidade de informações, de experimentação, de conhecimentos ou experiências estéticas e a imensa maioria excluída, desligada desse mundo de bens e experiências. Mas, não podemos permitir que nos baste a constatação e o lamento. Precisamos compreender como essa
mesma sociedade dividida está sendo transformada pela centralidade das tecnologias e dos sistemas de comunicação.
          A escola deixou de ser o único lugar de legitimação do saber, pois existe uma
multiplicidade de saberes que circulam por outros canais, difusos e descentralizados.
          Essa diversificação e difusão do saber, fora da escola, é um dos desafios mais fortes que o mundo da comunicação apresenta ao sistema educacional.
          Nossas escolas não estão sendo um espaço no qual a leitura seja um meio de criatividade e de prazer, mas sim o espaço no qual leitura e escrita se associam a tarefa obrigatória e chata. Castradora, inclusive.
          O professor perde a estabilidade, porque o aluno sabe muito mais e, sobretudo, porque maneja muito melhor a língua da imagem que o professor.
          A escola desconhece tudo o que de cultura se produz e transcorre pelo mundo
audiovisual e pelo da cultura oral.
          Precisamos de uma educação que não deixe os cidadãos inermes diante dos poderosos estratagemas de que, hoje, dispõem os meios de comunicação para camuflar seus interesses e fazê-los passar por opinião pública.
          Daí a importância estratégica que adquire hoje uma escola capaz do uso criativo e crítico dos meios audiovisuais e das tecnologias informáticas.
          Um dos maiores desafios que o ecossistema comunicativo faz à educação é:
ou se dá a sua apropriação pelas maiorias ou se dá o reforçamento da divisão social e a exclusão cultural e política que ele produz.
          Pois, enquanto os filhos das classes favorecidas entram em interação com o
ecossistema informacional e comunicativo a partir de seu próprio lar, os filhos das classes populares - cujas escolas públicas não têm, em sua imensa maioria, a menor interação com o ambiente informático, escolas que são para eles o espaço decisivo de acesso às novas formas de conhecimento - estão ficando excluídos do novo espaço laboral e profissional que a cultura tecnológica propõe.
          É muito o que resta por mobilizar, a partir da educação, para renovar a cultura política de maneira que a sociedade não procure salvadores, mas sim crie sociabilidades para conviver, harmonizar, respeitar as regras do jogo cidadão, desde as do tráfego até as do pagamento dos impostos.

          Então, acho que é muito importante associar a tecnologia ao cotidiano escolar, apesar das dificuldades que são muitas, vejo que se os professores fossem treinados para fazer uso dessas tecnologias e o governo mandasse recursos seria muito interessante e diferente ministrar aulas com o auxílio da internet.

Por Aline Leitão Lopes

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